sexta-feira, 21 de julho de 2017

Chester Bennington - 1976 - 2017


"Em meio a lágrimas sinto a necessidade de escrever isso. Sempre fui uma garota depressiva, isso não é novidade. Minha fuga era a música, onde artistas com os mesmos sentimentos que eu me faziam sentir mais aceita, mais normal. Antes de My Chemical Romance, Tokio Hotel, Black Veio Brides, 30 Seconds to Mars, Green Day, Fall Out Boy, entre outras bandas, eu conheci Linkin Park. Foi minha porta de entrada pra esse mundo que me salvou. Me lembro de ter 11 anos e ficar cantando In the End até decorar, foi a primeira música em inglês que eu decorei. Chester Bennington sempre foi e sempre será um exemplo pra mim, suas músicas que sempre me emocionaram, suas frases, seu papel como músico, amigo e pai. Queria ter te conhecido... descanse em paz, Chester, e obrigada em nome de todos os fãs que você salvou..." Amanda Porto, hoje, Facebook

Chester se foi... Linkin Park inspirou muita gente e Chester foi o grande ídolo de toda uma geração, disso não há duvida. A voz do Chester é uma das coisas que eu mais me lembro da minha pré-adolescência e, até hoje, para mim não há voz masculina mais linda. Aquela voz que me acalmava em todas situações. Me lembro de escutar Linkin Park antes e depois de provas difíceis, antes de qualquer acontecimento tenso, quando tinha insônia ou quando andava de moto. Assistia Transformes só porque sabia que teria Linkin Park na trilha sonora. Sua voz passava enorme força e emoção. Suas letras, então, faziam-nos sentir que alguém sentia o mesmo que nós, nos identificávamos com muitas das mensagens cantadas. Porém, não percebemos que muitas delas, na verdade, pareciam um pedido de ajuda do próprio Chester. 

Suas letras eram profundamente depressivas, como se fossem um grito de socorro e um enorme desabafo sobre o que ele passou durante todos esses anos. E parece que quase ninguém levou isso a sério, pelo menos não tão a sério quando deveriam. Isso nos leva a refletir sobre um dos maiores problemas da sociedade atual.



Depressão e Suicídio

A depressão está tomando conta de mais e mais pessoas, fiz um texto sobre isso aqui. Precisamos MUITO falar sobre isso. Ver o que aconteceu com o Chester, um cara que salvou milhares de vidas com suas mensagens de superação, me fez refletir que muitas vezes as pessoas que menos esperamos estão passando por problemas sérios e tudo que precisam é apoio, ou simplesmente de alguém para desabafar. Nós muitas vezes deixamos isso passar batido, e percebo que isso é mais frequente com homens que mulheres. É visto como "normal" mulheres serem mais emotivas e parece que as pessoas tem um cuidado maior quando se trata de sentimentos femininos. Mas os homens são desencorajados a mostrarem seus sentimentos desde pequenos. 

Quantas vezes vimos pais falando para os filhos "não chora que é coisa de menina", "seja macho, para de chorar moleque" entre outras coisas? Muitos homens sensíveis e emotivos crescem com esse estigma e tentam a todo custo esconder suas emoções pra não ser motivo de chacota, ou porque cresceram ouvindo que é "errado" homem ser assim. Quantas vezes impedimos que os homens falem sobre seus sentimentos com liberdade? Devemos encorajar TODOS a serem abertos quanto a isso.
Além disso, precisamos reparar mais no próximo. Um "tudo bem?" pode fazer maravilhas na vida de alguém. Se mostrar disposto a ouvir as pessoas e ajudar é muito importante e faz uma baita diferença. Não devemos ter vergonha de ajudar alguém emocionalmente abalado, assim como não devemos ter vergonha de pedir ajuda.


Chester Bennington

Ouvindo seu ultimo album, One More Light, conseguimos perceber a diferença dos outros. Apesar do ritmo pop, as letras são muito pesadas e tristes. É difícil de acreditar que isso tudo aconteceu com alguém que ajudou a tantas pessoas, mas não conseguiu ajudar a si mesmo. Líder de uma banda maravilhosa e uma família linda, Chester vai deixar um enorme vazio. É impossível entrar em qualquer rede social sem ver a dor dos fãs e suas homenagens. Por favor, não vamos deixar sua morte seja em vão e que mais Chesters morram. Vamos nos ajudar e prestar atenção. Nós temos o poder da palavra e isso pode salvar vidas. Usem-os!

Segue a playlist de minhas músicas preferidas deles:



Nem sempre quando sorrimos, significa que estamos bem... Sentiremos sua falta, para sempre, Chester.


sábado, 13 de maio de 2017

As melhores Comédias Melancólicas

Você deve estar se perguntando o que é uma "comédia melancólica", afinal, uma comédia é feita pra rir, assim como uma melancolia é algo que nos faz chorar. Pois é exatamente isso! Filmes com personagens sensíveis, com uma boa trilha sonora, um quê melancólico e piadas autodepreciativas: a fórmula para um filme que eu vou amar e com certeza recomendar para todos!

Percebi recentemente, conversando sobre meus filmes preferidos, que eles seguem basicamente a mesma linha, e eu não tinha um nome pra isso. Alguns estão classificados como "drama", mas nem todos, não eram puro drama. Outros como comédia romântica, mas também nem todos eram assim. Todos estavam classificados como comédia, mas não eram apenas isso. American Pie também é comédia, e eu odeio. Não, tinha algo em comum nesses filmes que eu gosto e eu não conseguia encontrar uma classificação específica para eles. Li em alguns lugares a classificação "comédia dramática" e é exatamente isso! Mas tem algo mais! Aquele vazio que eu sentia quando o filme acabava, uma certa melancolia. Até que me vi pensando em "comédia melancólica" e serviu perfeitamente!
Os meus filmes preferidos dentro desse "gênero", são:


As Vantagens de Ser Invisível


Ah, o filme que começou tudo! Pode parecer exagero, mas minha vida mudou a partir do momento que assisti esse filme. Charlie (Logan Lerman), um garoto depressivo, com vários problemas de socialização que conhece pessoas estranhas e mudam totalmente sua vida! Entre essas pessoas, um garoto gay com problemas com o namorado e uma garota que só namora babacas. Ele é tão perfeitamente construído e aborda tantos aspectos da minha vida, de uma forma que nunca pensei ser possível, que chega a ser mágico! Os pensamentos do Charlie, suas inseguranças, as roupas da Sam (Emma Watson diva), a trilha sonora com The Smiths, "Something" (minha música preferida dos Beatles, rest in peace, George), "It's time" (minha música preferida de Imagine Dragons), a paixão platônica de Charlie, as piadas do Patrick (Ezra Miller melhor pessoa), os problemas familiares... Tudo nesse filme me representa, e é minha referência como "comédia melancólica". Quando o filme acaba, você quer mais, quer participar da vida deles, e sente um vazio absurdo!


(500) Dias com Ela


Quem nunca se sentiu como o Tom (Joseph Gordon-Levitt) que atire a primeira pedra! Um cara romântico, que se apaixona pela Summer (Zooey Deschanel) sua "alma gêmea" mas ela o larga repentinamente, dizendo que o amor não existe. Todos nós já passamos ou vamos passar por uma decepção amorosa, ou pelo menos conhecemos alguém que passou. Esse filme é muito amorzinho mas ao mesmo tempo realista, o que faz com que ele seja único! Você sente vontade de abraçar o Tom, mas ao mesmo tempo não consegue odiar a Summer! Além da história em si, tem também a trilha sonora com The Smiths (meus mozões <3), as roupas vintage da Summer, o jeitinho iludido do Tom, TUDO faz com que se encaixe numa das melhores comédias melancólicas do mundo!


Submarine


Confesso que no começo achei o filme bem estranho, meio parado. Mas sabe quando você não consegue desligar? É bem isso. Oliver (Craig Roberts) é depressivo, os pais passam por problemas sexuais e ele gosta de uma garota que tem problemas com o namorado e tretas em casa. É um filme maravilhosamente melancólico, pois Oliver é bem esquisito! Mas você termina o filme com vontade de ser amiguinha dele e da Jordana. Sem palavras para a trilha sonora, que é cantada por ninguém mais ninguém menos que ALEX TURNER do Arctic Monkeys! É realmente perfeito.


Se Enlouquecer não se Apaixone


Imagine que você se sente depressivo e decide, por conta própria, se internar em uma clínica de reabilitação, faz amizade com gente louca e se apaixona por uma garota lá dentro. É isso que Craig (Kair Gilchrist) faz! Você ri o filme todo, pois cada interno possui características piradas, e torce muito pra que ele fique com a Noelle (Emma Roberts). Eu amo esse filme, pois me identifico muito com Craig, os motivos dele estar deprimido, e tenho vontade de estar ali, rindo com todos os loucos da clínica! A trilha sonora é recheada de musiquinhas indie bem gostosas! É um filme leve, mas que deixa você pensando sobre seus problemas emocionais depois. Extra pra atuação cômica do Zach Galifianakis!


Uma Noite de Amor e Música 


O filme todo se passa em uma noite, até o amanhecer! Nick (Michael Cera) não para de pensar na sua ex, conhece Norah (Kat Dennings), uma conhecida dela, numa festa e os dois, junto com a banda de Nick, partem em busca da amiga de Norah que se perdeu bêbada pela cidade, porém DETALHE: Norah já era apaixonada pelas músicas que Nick mandava pra sua ex. O filme é muito comédia, mas tem aquele quê diferente que só o Michael Cera consegue dar. Música é um assunto abordado várias vezes durante o filme, e a trilha sonora é IMPECÁVEL. É indispensável pra quem curte música indie!


A Arte da Conquista


Mais um com a Emma Roberts sim! George (Freddie Highmore, eterno Norman Bates) é bem deprê, convencido de que, já que todos morrem um dia, não adianta se iludir. Ele não faz nada além de desenhar, começa a gostar da Sally (Emma), mas ela gosta de um artista. É inevitável não sofrer com o George, principalmente quando ele é mandado para a FriendZone. A trilha sonora mega indie também é bem gostosa de ouvir! Mas... (SPOILER) Honestamente, odeio o final e não acho que ele deveria ficar com a Sally, nunca me decepcionei tanto com um final! Mas ainda assim vale a pena ser assistido.


The Fundamentals of Caring


Fugindo do foco em romance, esse filme é uma obra de arte do Netflix! Ben (Paul Rudd) é um ex-escritor, que passa a ser um cuidador. Seu primeiro paciente é Trevor (Craig Roberts, mais uma vez), um garoto com uma doença que atrofia rapidamente seus músculos, ou seja, ele não consegue fazer nada sozinho. Trevor é extremamente irônico quanto a sua doença e vive dando patadas em Ben. Até que Ben decide levar Trevor em uma viagem de carro pelo país para conhecer monumentos estranhos. No meio do caminho ele conhece Dot (Selena Gomez), que fugiu de casa e Peaches, que está grávida. Durante o filme, você sente muita vontade de ser amiga de Trevor, além de perceber que tudo se relaciona com paternidade: Ben perdeu o filho, o pai de Trevor o abandonou, Dot tem uma relação conturbada com seu pai e Peaches logo será mãe. Você termina o filme valorizando muito mais sua família.

Esses são meus filmes preferidos desse gênero, porém vale a pena citar também: Lola, Juno, Clube dos Cinco, The Spectacular Now, A Culpa é das Estrelas, Será Que?, entre muitos outros! Conte nos comentários quais outros filmes você gosta nesse estilo, ou o que acha dessa lista!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

13 Reasons Why... Espera, vamos falar sobre uma história de bullying e depressão

Hoje em dia está na moda falar que sofre de ansiedade, depressão, distúrbios psicológicos... Não quero julgar ninguém, mas as pessoas devem ter muito cuidado com esse tema. Depressão não é aquela tristeza que você sente quando terminou com o namorado ou brigou com seus pais. É quando NADA tira a tristeza do seu peito por completo. Ansiedade não é aquele frio na barriga antes da prova ou quando vai falar com o crush. É quando você sente isso mesmo em momentos aparentemente normais. Síndrome do pânico não é a mesma coisa que ser drama queen. É quando do nada, você sente um desespero enorme e sente que vai morrer, sem motivo aparente. Transtorno bipolar não é adolescente temperamental que "uma hora estou de boa mas aí não estou mais". É uma doença séria, que causa muitos problemas para a pessoa. E não, nenhuma dessas coisas é glamourosa, indie, hipster, cool, diferentona, gótica. Não romantizem problemas psicológicos!
"Ninguém percebeu o quão destruída eu estou"
Decidi falar isso devido ao enorme estrondo da série 13 Reasons Why, que estreou na Netflix agora. Não, eu não vi a série. Não acho que tenho capacidade de assistir sem que memórias que eu tenho um trabalhão para manter sob controle se manifestem. Porém, isso não faz diferença, já que não vim falar da série propriamente dita, mas sim de toda romantização que tem sido feita em torno de problemas psicológicos e até mesmo psiquiátricos.
É mais importante se manter vivo, não vale a pena se auto machucar, digo isso sendo uma pessoa que passa por muita depressão, estresse, coisas assim. Eu estou no geral mais feliz esse dias. Mas eu tenho, é normal,completamente normal ter depressão. Acho que o mais importante é se manter vivo, somente permaneça lutando

Depressão é um vazio sem fim. É se sentir sozinha mesmo com muita gente do seu lado. É não ter vontade de sair independente de quem te chame ou de como esteja o dia. É não conseguir se entusiasmar com nada. Nada faz sentido, parece que uma parte de você morreu. E essa parte nunca volta à vida. Eu sofri depressão no início da minha adolescência, dos 11 aos 14 anos, mas o bullying começou muito antes. E é essa história que eu quero contar.
Eu sempre fui a menina quietinha, magrinha e desde bem pequena eu preferia ficar lendo e desenhando "meninas japonesas" (na época eu não sabia o que era mangá), enquanto minhas amigas gostavam de brincar, correr, jogar bola. Eu era péssima em esportes e muito inteligente nas outras matérias. Ou seja, todo mundo me zoava, MUITO na Educação Física e no Recreio. Porque "a Amanda é estranha, ela não sabe jogar nada, só atrapalha, ela é muito magra, ela tem o cabelo feio, ela só estuda". Essas mesmas pessoas me pediam as respostas da lição. E eu dava, porque achava que elas iam me detestar menos, que eu seria "mais aceita", mas não. Eu tinha poucas amigas e nenhuma delas me defendia, porque eram crianças, não sabiam o que fazer. Então eu me mudei para outro estado.
Às vezes você tem que de certa forma morrer por dentro para poder renascer das suas cinzas e acreditar em si mesmo e se amar para poder se tornar um novo alguém.
Nesse novo lugar, fui recebida de portas abertas. As pessoas gostavam do meu cabelo, e gostavam de eu ser inteligente. Elas gostavam das "meninas japonesas", de livros, e de todas coisas esquisitas que eu amava. Ninguém brigava comigo na Educação Física e eu não passava o recreio sozinha. Eu fiz amigas (tão verdadeiras que até hoje somos próximas). Eu tinha a vida perfeita, foram os melhores 2 anos e 7 meses da minha infância. Até que me mudei novamente de estado... E essa mudança me abalou tão profundamente, que até hoje as cicatrizes doem e quero voltar a morar nessa cidade que me fez tão feliz. Eu não aceitava. Eu sofri, experimentei o bullying antes, mas isso passou e fui apresentada a uma realidade totalmente diferente, eu tinha tudo que queria e essa felicidade foi arrancada de mim.
Algum dia você vai parar de me julgar? Não sabe o quanto eu estou tentando.

Na nova cidade, eu não era mais a Amanda. Eu fui pra uma escola pequena, e todo mundo comentava da "garota quieta, nerd, ruim em esportes e que está sempre triste". Eu não conseguia fazer amizades, eu queria minha cidade, minhas amigas, minha escola de volta. Eu não pertencia àquele lugar. E as outras pessoas também viam que eu não me encaixava. Tudo isso estaria bem se simplesmente me deixassem sozinha. Mas não é isso que pessoas fazem. Começou com a Educação Física. Eu passava o jogo todo "em outra dimensão", não pegava a bola, não jogava direito, e comecei a ouvir xingamentos. Eu era a última a ser escolhida e o líder do time ainda perguntava pro professor se não podiam jogar com um a menos porque "ela só vai atrapalhar". Isso doía. Comecei a fingir que estava doente sempre que tinha essa aula. Até que fui ficando doente de verdade. Emagreci mais. 
Eu sinto como se eu incomodasse as pessoas só por estar viva
Então, começaram a me zoar porque eu era muito magra. Ouvia os garotos cochichando, falando que eu era doente, anoréxica, feia, estranha. Esse grupo de garotos tinha um "líder", que era adorado por toda - pequena - sala. Eu fingia que não ouvia, não tinha coragem de rebater. Então, eu ia me fechando mais e mais. Entrei de cabeça no mundo dos animes e RPG, só sabia falar disso, pois era disso que eu falava com minhas amigas pelo MSN. Então, esse garoto começou a zoar os meus gostos. Disse que eu era estranha porque só gostava de coisa japonesa. Que não era "normal" como as outras meninas. Minha mãe foi chamada na escola, e como na época os professores viam o que estava acontecendo e eu fazia muitos desenhos suicidas, recomendaram um psicólogo. A psicóloga me mandou pra psiquiatra e passei a tomar remédio. Minha vida não tinha graça. Eu fazia tudo no automático e só me sentia feliz quando ouvia My Chemical Romance (eles salvaram minha vida, não é brincadeira) e me maquiava como a Lady Gaga. 
Seja você mesma e ame quem você é e se orgulhe porque você nasceu assim

Eu percebi que era bullying quando vi que era só comigo. Não importa o que eu fazia, nada estava bom o suficiente para aquele grupo. Me zoavam por coisas sem o menor sentido, como meu gosto musical, o fato de eu gostar de Lady Gaga e My Chemical Romance incomodava muito eles, mas eles escutavam Kesha e Green Day. O problema era eu. Então, já que nada ia mudar, eu fiz o inverso. Pintei o cabelo mais vermelho ainda, ia pra escola de delineador forte, usava coisas pretas, eu ia ser o que eu quisesse, já que nada ia adiantar. Mas, enquanto eu tentava me fazer de resistente na escola, chegando em casa eu chorava. Muito. Então começaram a comentar minhas fotos do Orkut, me chamavam de feia, começaram a zoar minha religião. Cada hora era um novo motivo pra me zoar, eles inventavam algo de errado e fora do normal só pra implicar comigo. Foi quando eu comecei a rebater. Me fazia de durona, mandava calarem a boca, falava "Por que vocês se importam com a minha vida? No que isso altera a vida de vocês? Dane-se minhas fotos, meus gostos, pra que vocês se importam com isso?" Mas eles riam quando eu falava. Então eu explodi...
seja forte, seja quem você é e lute por sua identidade, lute por quem você realmente é

Implorei pra sair do colégio, mesmo sabendo que meus pais não tinham como pagar outro. Minha mãe então falou com a coordenadora. Fizeram uma reunião, e foi um dos piores momentos da minha vida. Obrigaram o garoto a pedir desculpas pra mim. E eu queria sumir, porque sabia que ele ia me odiar mais ainda e seria mais um motivo pra me torturar. Mas, ele parou. Nunca mais falou comigo. Eu fiz algumas amizades nessa época, que me ajudaram s superar isso e ficaram do meu lado, Ainda somos amigas.
Ser você mesmo e fazer o que ama é mais importante que qualquer coisa. É mais importante que provar a si mesmo ou reconhecimento de outras pessoas.

No final desse mesmo ano, eu me mudei novamente. E era uma ótima cidade, eu tive um ensino médio excelente, fui feliz e ainda sou. Não tomo mais remédios. Porém, eu sei que a depressão mora em mim. O trauma que eu vivi, ainda reflete hoje em dia. Não posso ouvir alguém falando "estranha", "magrela", "feia", que passo o dia inteiro pensando nisso. Causou uma insegurança que eu luto todo dia pra superar. Tenho dificuldade em me aproximar de pessoas e travo uma batalha diária contra isso. Algumas vezes eu venço, outras eu perco. E, apesar de saber que essa ansiedade, insegurança, depressão, nunca vai desaparecer por completo, eu estou vencendo essa guerra. 
A única pessoa que você deve tentar ser melhor, é a pessoa que você foi ontem.

Tudo isso pra dizer que NÃO, POR FAVOR, NÃO ROMANTIZEM PROBLEMAS PSICOLÓGICOS! Não é legal, quem tem, trabalha duro todo dia pra mostrar a cara na sociedade como se estivesse tudo bem, quando não está!
Essa série, 13 reasons why, possui um objetivo muito legal, de conscientizar pessoas sobre suicídio. Mas eu tenho 13 coisas a dizer:
  1. Se você possui algum tipo de sentimento forte ligado a depressão ou suicídio, não assista a essa série sem se informar antes sobre as cenas fortes. Isso pode fazer com que você tenha recaídas irreversíveis. Assista com cautela e, se sentir-se mal, PARE.
  2. Assista coisas relacionadas, que te ajudem a entender o problema. Às vezes você sofre de algum distúrbio e nem faz ideia.
  3. Se você se sente mal, procure ajuda. Seja de família, amigos, psicólogo, ou mesmo na internet, busque pessoas que te deem apoio;
  4. Se você pratica ou já praticou bullying, pare, e tente se desculpar com a pessoa. Pode ser que tenham se passado anos. Mas, eu garanto que essa pessoa ainda lembra com tristeza disso.
  5. Se você está sofrendo bullying, converse com sua família e não tenha vergonha de procurar ajuda da escola. Isso pode fazer a diferença;
  6. Se você conhece alguém com depressão ou bullying, esteja ao lado dela. Mesmo que você não seja tão próximo, tenha certeza de que fará a diferença na vida dessa pessoa;
  7. NUNCA finja ter algum desses distúrbios. É desrespeitoso com quem sofre e banaliza o problema.
  8. Se você convive com alguém que sofre de qualquer distúrbio psicológico, tenha paciência com ela. Ela não te magoou porque quis.
  9. NUNCA CULPE A PESSOA. Você vai piorar o estado dela. Mostre apoio e tente entender. Não é culpa dela.
  10. Se você sofre de algum distúrbio, tenha paciência com você mesmo. Você não é obrigada a se transformar de um dia pro outro, isso é impossível. Um passo de cada vez.
  11. Comemore cada pequena conquista sua. Cada passo de progresso deve ser motivo de alegria, por menor que seja;
  12. Não se culpe caso tenha recaídas. Isso é normal. Porém, certifique-se de que alguém esteja acompanhando sua jornada pra sair dessa, pois essa pessoa a ajudará nesse momento.
  13. FAÇA AOS OUTROS O QUE GOSTARIA QUE FIZESSEM A VOCÊ. Essa é a frase que define o que é viver em harmonia com o mundo. AME-SE E AME.
Espero que minha história tenha feito vocês entenderem um pouco do que o bullying pode causar em uma pessoa. Que uma palavrinha sua pode fazer um grande estrago na vida de alguém. Estejam atentos ao que acontece ao seu redor e não seja o motivo de tristeza de alguém, mas sim de alegria!
Um beijo a todos, e desculpa o textão.
Amanda
Eu sou Gerard Way... e eu sobrevivi... você irá também
P.S: Caso alguém se interesse, procure sobre a história da Lady Gaga e do Gerard Way. Eles são meus exemplos de superação e podem ser os seus também.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dirk Gently's Holistic Detective Agency

Mudando um pouco o tema de faculdades...
PÁRA TUDO! QUE SÉRIE MARAVILHOSAMENTE INTRIGANTE!
Faz alguns dias que eu e meu namorado estamos completamente viciados nessa série do nosso melhor amigo, Netflix:
Dirk e Todd, respectivamente
A série é da BBC América e é baseada na série de livros do escritor Douglas Adams, que fez sucesso nos anos 80. Conta com os protagonistas Todd Brotzman (adorado e querido Elijah Wood) e Dirk Gently (Samuel Barnett).

Do que se trata?

Primeiramente, vamos explicar o que é holístico: uma teoria que afirma que tudo está interconectado, que todos acontecimentos fazem parte de um todo maior. O todo é maior que a soma de suas partes.
Basicamente, a série conta a história de Todd, e como uma série de eventos desastrosos, totalmente bizarros e inexplicáveis o levaram a encontrar Dirk, que o convence de que todos eles estão interligados e de que ele deve ser seu ajudante, afinal, ele é um detetive. Um detetive holístico. Na verdade, Todd é meio que "obrigado" a ser o ajudante de Dirk, levando em conta as circunstâncias: Ele trabalha em um hotel onde um crime brutal, envolvendo um tubarão e diversas mortes ocorreram, levando policiais a suspeitarem dele. Ao mesmo tempo, Lydia, a filha de um homem importante, morto no acidente foi sequestrada por uma seita misteriosa, e apresenta comportamentos estranhos. Também somos apresentados à irmã de Todd, Amanda, que sofre de uma doença que mexe com suas sensações, causando pânico; e à Farrah, segurança de Lydia. Paralelamente, temos a história de Bart, uma mulher visivelmente perturbada, se auto denomina uma assassina holística, que mata pessoas pelo simples fato de achar que deve, e com um único pensamento: Matar Dirk Gently. Junto com seu amigo/refém Ken, um hacker.
Amanda, Todd, Dirk e Farrah
Ken e Bart

O que eu achei?

É uma série que, a princípio, parece que alguém escreveu o roteiro a base de alucinógenos! Você vai sendo apresentado a várias situações totalmente absurdas e ilógicas, que vão te deixando intrigado e ansioso para descobrir mais. Tudo gira em torno de DESTINO e TEMPO. É uma série muito gostosa de assistir se você quiser ocupar sua cabeça com um mistério esquisito. É uma série onde o tudo é regado à otimismo. Também dou nota 10 para a estética da obra, os figurinos, cenários, são muito chamativos e bonitos. Com certeza aguardo logo pela segunda temporada!


Alguém já assistiu? Deixem nos comentários suas opiniões sobre a série!